segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

[Review] Indicados ao Oscar: 12 Anos de Escravidão


É triste, brutal e dolorido ver como Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor) sofre em "12 Anos de Escravidão", do diretor Steve McQueen. O filme que conta a história dele, um negro nascido livre pouco antes do fim da escravidão nos Estados Unidos, concorre ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz e Ator Coadjuvantes, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Figurino, Melhor Montagem e Melhor Design de Produção. Além disso, no BAFTA Awards que rolou no último domingo (16), o longa já levou os prêmios de Melhor Filme e Melhor Ator.

Com uma família completa e feliz e muito talento musical (características não tão comuns na vida de um negro na época), Solomon leva uma vida estável e feliz, até que se deixa enganar por uma proposta de emprego e acaba sequestrado e vendido como escravo, ganhando o nome de Platt.

Em seus anos como escravo (os 12 anos que dão título ao filme), Platt passa pelas mãos de senhores cruéis, que enxergam os negros literalmente como animais; mão de obra feita para não pensar ou questionar.

É então que encaramos a realidade cruel que era a escravidão. E quando eu digo "encaramos", me refiro ao sentido mais claro da palavra; Steve McQueen não deixa barato ao retratar chibatadas, enforcamentos, estupros e todas as outras atrocidades às quais os escravos eram submetidos. Como característica de seus filmes, ele é mestre em fazer com que esse tipo de cena ocorra da maneira mais crua e real possível, demorando o tempo que for preciso. É como um verdadeiro desafio para o espectador; um desafio que parece dizer: "vamos lá, você não tem coragem de encarar os fatos?".

Vivendo os escravos principais da trama, Chiwetel Ejiofor e Lupita Nyong'o têm interpretações incríveis e cheias de verdade, que foram merecidamente pré-reconhecidas, ele como indicado ao Oscar de Melhor Ator e ganhador do BAFTA Awards na mesma categoria e ela indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua personagem Patsey. Além de Michael Fassbander, que concorre ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante depois de viver Edwin Epps, o fazendeiro mais sanguinário da história.


Li recentemente uma crítica sobre a pouca divulgação do filme e as baixas bilheterias nos Estados Unidos que dizia que tudo isso não passa de medo da indústria e dos espectadores de confrontarem um passado real. Eu, particularmente, acredito que isso faz muito sentido. É um filme forte, mas que faz muito bem o seu papel de nos mostrar o quanto o ser humano pode ser cruel, como já foi.

Fica a minha torcida para que "12 Anos de Escravidão" ganhe estatuetas em grande parte das categorias às quais foi indicado e que elas sirvam como tapa na cara de um preconceito camuflado, que existe em muita gente ainda hoje.

Próximo passo? Ler o livro "12 Anos de Escravidão" no qual foi baseado o filme. O livro foi escrito pelo próprio Solomon Northup, que viveu essa história de humilhação e a crueldade na pele por longos 12 anos.

Veja o trailer:

Nenhum comentário:

Postar um comentário